As maiores descobertas da física
Alexandre Versignassi | 01/05/2005 00h00
O que somos? De onde viemos? Ninguém tem como responder. Mas
muita gente já tentou. Primeiro, olhando para o céu. Depois, indo fundo
na matéria. As grandes descobertas vieram da evolução ou da junção de
várias idéias geniais. Ou, como disse Isaac Newton: “Eu vi mais longe
que os outros, mas porque estou sentado no ombro de gigantes”. Veja o
que esses gigantes nos ensinaram.
1543 - Modelo heliocêntrico
Em 300 a.C., o grego Aristarco de Samos já defendia que a Terra
girava em torno do Sol. Mas foi só com o astrônomo polonês Nicolau
Copérnico (1473-1543) que a hipótese virou teoria com base matemática.
Mesmo assim, ainda levaria mais de um século para o modelo heliocêntrico
ganhar status de irrefutável.
1618 - 3ª Lei de Kepler
O alemão Johannes Kepler (1571-1630) era um dos poucos defensores da
teoria de Copérnico. Tanto que acabou melhorando a coisa. Descobriu que,
quanto mais perto um planeta estivesse do Sol, maior seria a velocidade
de sua órbita. Quer dizer: um astro podia afetar outro sem que eles
sequer se tocassem. Como? Isso só seria descoberto uns anos mais tarde.
1686 - Teoria da gravitação
O físico inglês Isaac Newton (1643-1727) descobriu que existe uma
estranha força de atração por trás da matéria. E que essa força que
mantém os planetas presos ao Sol só podia ser a mesma que gruda nossos
pés no chão. Deu nome latino à tal força: gravitas (peso).
1803 - Teoria atômica
O mundo é feito de átomos. Isso o grego Demócrito já defendia em 400
a.C. Mas foi o químico inglês John Dalton (1766-1844) quem deu o passo
decisivo. Ele viu que cada tipo de gás numa mistura se comportava de um
jeito diferente, e concluiu que eles eram formados por átomos
diferentes. Os tijolinhos de matéria deixavam a filosofia e entravam
para a ciência.
1873 - Força eletro-magnética
Não é só de gravidade que vive o Universo. Quem notou isso foi o
físico escocês James Clerk Maxwell (1831-1879), o primeiro a mostrar de
que forma funciona a força eletromagnética. Depois, descobriria-se que
ela é a “gravidade dos átomos”: a força que mantém os elétrons na órbita
dos núcleos atômicos, trilhões e trilhões de vezes mais forte que a
gravitacional.
1901 - Teoria dos quanta
Se a matéria é feita de átomos, porque a energia não seria? Foi o que
pensou o físico alemão Max Planck (1858-1947). Sua Teoria dos Quanta
mostrava “bolinhas” indivisíveis de energia formavam a luz e o calor.
Quatro anos depois, um experimento de outro físico provou que Planck
estava certo – e abria caminhos para a física nuclear.
1905 - Teoria da Relatividade Especial
O alemão Albert Einstein (1879-1955) descobriu que matéria e energia
não dançam num cenário estático, feito de espaço e de tempo. Ele deixou
claro que o tempo é maleável. Quanto mais rápido alguém se move, mais
devagar caminha pelo tempo. Se você pudesse correr a 1 bilhão de km/h,
veria um século passar em um segundo pela janela do carro.
1916 - Teoria da Relatividade Geral
Com a teoria, Einstein provou que a gravidade não é uma força, mas o
resultado de uma geometria invisível do espaço e do tempo. Resumindo:
quanto mais massa um corpo tiver, mais deforma essa geometria. E, maior a
deformação, maior será a gravidade.
1927 - Teoria quântica
Um corpo pode ficar em vários lugares ao mesmo tempo. Sim, basta que
ele seja pequeno como uma partícula subatômica. Quando o físico alemão
Werner Heisenberg (1901-1976) descobriu isso, estava fundada a física
quântica – ela rege o mundo ultramicroscópico, um lugar onde a noção de
espaço deixa de fazer sentido: é como se tudo estivesse sempre em todo
lugar.
1948 - Modelo do Big Bang
O astrônomo americano Edwin Hubble (1889-1953) percebeu, em 1924, que
as galáxias se afastam umas das outras. Com base nisso, o físico russo
George Gamow (1904-1968) imaginou que toda a matéria já se reuniu em um
ponto infinitesimal, que “explodiu” há 15 bilhões de anos num evento
batizado de Big Bang. O Universo ganhava uma data de nascimento.